segunda-feira, 9 de abril de 2012

Paidéia: Tópicos de Filosofia e Educação

Qual a importância da Filosofia para se pensar e propor uma análise crítica sobre o fenômeno educacional construído na Paidéia Clássica?


 

Introdução


Apesar de todas as discussões sobre a prática pedagógica, sobre o desenvolvimento nos alunos de competências e habilidades em vista de uma aprendizagem significativa, sobre a importância das novas tecnologias da informação, não há como negar a crise não só de uma tendência pedagógica, mas da Educação escolar num sentido amplo
                                                                       Claudemir Araldi[1]
            O fenômeno da educação - como se manifesta no Brasil - tem suas raízes plantadas no ocidente antigo. Seguindo o fio de prata da pedagogia encontramos uma trilha que nos leva tanto para os tempos do iluminismo europeu quanto para a distante era do racionalismo grego. Esta rota pedagógica vem propondo, ao homem ocidental, o aperfeiçoamento daquilo que os gregos denominavam techné didaktiké, ou seja, arte ou técnica de ensinar[2]. Vista de longe, esta técnica seria a ferramenta perfeita para a educação do homem, mas aqueles que a utilizam dia a dia, que a vêem de perto, sabem muito bem quantas limitações se impõem sobre ela. Estas limitações foram encaradas pelos povos do ocidente como defeitos pedagógicos, ou, mais eliticamente, como crise educacional. Segundo René Guénon, “a fase a que se pode chamar verdadeiramente "crítica",  em qualquer ordem de coisas, é a que conduz imediatamente a uma solução favorável ou desfavorável, a que intervém em uma decisão, num ou noutro sentido[3]”. É neste rumo que podemos analisar a Paidéia grega, como um fenômeno crítico frente à situação educacional de um povo que se adianta no tempo e institui o governo do povo em contraste com o domínio dos deuses, o poder da palavra contra a força da tradição, a força da razão versus o poder do mito.
            Se num primeiro momento a educação grega seguiu de perto o modelo oriental “cujo objetivo [era] o ajustamento da criança ao seu ambiente físico e social por meio da aquisição da experiência de gerações passadas[4]”, no momento seguinte os fortes traços ocidentais engendraram uma crise pedagógica de tamanha proporção que nem mesmo o gênio poético de Hesíodo e Homero resistiu ao impacto. Esses dois poetas equivaliam aos profetas hebreus Moisés e Samuel, cuja autoridade ante a nação era incontestável. Ao passo que entre os hebreus o sacerdócio levítico protegeu o legado dos profetas teocráticos, na Grécia a evolução da pólis forçou o povo helênico a uma quebra de paradigmas que nunca antes haviam experimentado. Seus deuses foram questionados, e com eles, seus ritos e mitos. O mundo foi redesenhado e o homem reposicionado, melhor, centralizado.
            Com o advento do antropocentrismo grego, novas concepções de educação se fizeram predominar na sociedade ocidental. Os sábios viajaram para terras orientais, conheceram outros povos, outros deuses e outros sábios. Segundo o Pe. Joaquim Salvador “em toda a vasta região que incluímos sob a expressão Oriente Antigo, o estudo da sabedoria de tal modo se enraizou, que se tornou proverbial dizer que o Oriente era a pátria da sabedoria[5]”. Voltando ao solo ocidental os viajantes trouxeram a matemática, a astronomia e o amor à sabedoria. Jônicos, Eleatas, Sofistas e Filósofos se entrechocaram no embate racionalista dando origem ao fenômeno educacional a que chamamos Paidéia. Tornaram-se educadores da pólis, mestres do saber, senhores da palavra. Redefiniram os currículos educacionais e as finalidades pedagógicas. Produziram nova literatura e possibilitaram novas metodologias de ensino.
            A evolução natural do fenômeno educacional projetou o gênio grego ao universo das nações, tanto das conquistadas (bárbaras) quanto da conquistadora (Roma). Tamanho poder de penetração da Paidéia permitiu que o helenismo se impusesse culturalmente inclusive sobre vários povos do oriente, e isto, por diversos séculos. O mundo antigo falava, escrevia, pensava e citava grego. Estudavam Tales, Anaximandro e Anaxímenes – a tríade de Mileto; Heráclito de Éfeso, Pitágoras de Samos, Parmênides e Zeno de Eléia; Empédocles de Agrigento, Anaxágoras de Clazômenes e Demócrito de Abdera. Também absorviam a sofística de Protágoras de Abdera e de Górgias de Leontium, apesar de lerem a Apologia de Sócrates, o Timeu de Platão e Corpus Aristotélico. Isto permitiu ao mundo antigo tomar conhecimento do hedonismo de Aristipo, do materialismo de Antístenes e do idealismo de Euclides, além de propagar o epicurismo, o estoicismo, o ceticismo e o ecletismo até surgir o neoplatonismo[6].
            Tudo começou com uma crise, uma crítica, um questionamento, uma pergunta – e não terminou mais. Desde os primórdios a crise educacional se mantém austera, abrindo debates, desencadeando discussões, provocando celeumas, causando rupturas, suscitando idéias, evitando erros, vencendo obstáculos, suplantando ignorâncias e atenuando problemas. “Uma crise [que] cresce, decresce, aumenta, diminui, reina, desola, abre--se, atenua-se, resolve-se. Uma crise grave, aguda, amarga, terrível, atroz, angustiante, leve, curta, temporária, perpétua, endêmica, provisória, passageira, efêmera, longa, financeira, política, ministerial [e] angustiante[7]”.  
           

1.    Paidéia e Virtude

            Paideia, segundo Werner Jaeger, era o "processo de educação em sua forma verdadeira, a forma natural e genuinamente humana" na Grécia antiga. Inicialmente, a palavra paidéia (de paidos - criança) significava simplesmente "criação de meninos". Mas, como veremos, este significado inicial da palavra está muito longe do elevado sentido que mais tarde adquiriu[8]”.

            Temos na pedagogia atual a universalização do ideal grego de educação. Segundo o povo da Hélade, o homem devia conduzir-se de forma virtuosa entre seus pares. Se em Homero “a virtude [...] significava o mais alto ideal cavalheiresco aliado a uma conduta cortesã e ao heroísmo guerreiro[9]”, em Sócrates virtude é “ser o que realmente deseja parecer[10]”. A grande questão levantada na Paidéia diz respeito à origem da areté (virtude). Seria dom divino ou práxis humana? Poderia ser ensinada, transmitida, preservada ou alterada? Era para todos ou para alguns? Em palestra, Antonio Medina Rodrigues[11], professor de língua e literatura grega na USP, afirma que para Sócrates a virtude, a princípio “não podia ser aprendida, somente, desenvolvida”, contudo, posteriormente, Sócrates admite a possibilidade de ensinar a virtude “por meio da técnica”. Assim, seria viável tornar o homem virtuoso por meio do ensino.
            Bastava, porém, resolver uma questão levantada pela sofística: a virtude a ser ensinada se basearia na lei (nomos) ou na physis (natureza), pois “a grande revolução [...] instaurada pelos sofistas constituiu na desvinculação do homem em relação à physis universal[12]”. Prevaleceu a proposta de Aristóteles, que “formulou o princípio, posteriormente clássico, de uma Justiça* segundo a lei, e de outra segundo a natureza, a primeira identificada como nomos e a segunda como physis[13]”.
            Concluímos ser a paideia grega uma evolução antropológico-pedagógica que permitiu aos helenos romperem com as antigas concepções de mundo baseadas na força da tradição teogônica-aristocrática. Com o processo de ruptura em andamento, temas políticos, econômicos, culturais e espirituais foram passados em revista e novos problemas de ordem epistemológica foram levantados: “Pode o sujeito realmente apreender o objeto? Qual a fonte e a base do conhecimento? É o sujeito que determina o objeto ou este que determina o sujeito? Há, além do conhecimento discursivo, racional, um conhecimento intuitivo? Há um conhecimento verdadeiro, e, se há, como podemos conhecer e saber quanto vale essa verdade?[14]

2.    Paidéia até Sócrates

“Os cidadãos não terão alívio do mal, meu querido Glauco, nem a raça humana, creio,
a não ser que os filósofos governem as cidades ou que os que hoje chamamos de reis e governantes estudem filosofia verdadeira”
Sócrates, segundo Platão 

Educar o homem para a virtude, como propunha a paidéia, tornou-se tarefa crítica entre os helenos. Os povos do mar, como eram conhecidos, respiravam sua existência em torno da teogonia, ou, genealogia dos deuses.

“Essas teogonias e cosmogonias não [eram] o produto pessoal de seus autores [Hesíodo e Homero], a quem coube a feitura literária, mas o eco de comuns representações religiosas, assim também sentenças morais e regras de prudência[15]".
A força destas teogonias era tamanha na sociedade antiga, mesmo porque extraía do mito o sentido de todas as coisas. Ao ouvirem a recitação dos Trabalhos e os Dias de Hesíodo, punham-se a imaginar Prometeu roubando o fogo de Zeus e atraindo a ira do deus olímpico sobre os mortais. Tornara-se inevitável associar as mazelas da vida ao castigo divino. Os aedos[16] cantavam o mito de Pandora destampando seu jarro e deixando escapar todos os males sobre os homens “e a mulher deixa de ser exaltada [...] para ser caracterizada [...] como mais uma boca a alimentar e a exigir sacrifícios[17]”. No tempo de Sócrates o poder do mito lhe permitiu viver ainda trinta dias após sua sentença, pois “como acontecia todos os anos, um navio oficial [era] enviado ao santuário de Delos para comemorar a vitória de Teseu [e] enquanto o navio não regressasse nenhum condenado podia ser executado[18]”.

Neste cenário de mitos e realidade surgiram os primeiros críticos, ou sábios como pretenderam os sofistas. Tendo em Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras, Heráclito e como precursores da Filosofia, temas sobre a natureza da matéria passaram a ser investigados.

·         Tales                     toda a physis se origina na água
·         Anaximandro       o princípio da physis é o apeíron, o indeterminado ou ilimitado
·         Anaxímenes          a arkhé que comanda o mundo é o ar, através do movimento
·         Pitágoras             tudo é matemática
·         Heráclito              tudo é um, o divergente consigo mesmo concorda
Quadro 1: Os nomes e títulos acima foram parafraseados do Livro História da Filosofia organizado e redigido por Bernadete Siqueira Abrão, revisto por Mirtes Ugeda Coscodai e publicado pela editora Nova Cultural em 1999.
Esses pensadores jônicos e eleatas representaram a vanguarda do movimento filosófico, conhecidos como fisiocratas por defenderem a predominância da natureza sobre a concepção mítica do destino e como pré-socráticos por haverem filosofado antes de Sócrates, o pai de todos os filósofos. A importância dos pré-socráticos reside em sua postura materialista frente ao misticismo que oferecia ao homem de então o status quo de predestinado, com uma mentalidade mítica onde “predomina a visão simbólica da imagem, a categoria temporal cíclica, a atenção voltada para a natureza ambiental, para o mundo sensível[19]” Contrastando com a linha cosmológica dos precursores, surgiram os antropológicos Protágoras e Górgias entre outros, os quais redirecionaram os currículos de ensino para as questões práticas da existência.
O pragmatismo dos sofistas - como eram conhecidos - os levou a considerarem o relativismo ético como uma questão de somenos importância. Afirmando ser o homem medida de todas as coisas (Protágoras) e que o conhecimento era proporcional à ignorância, portanto, impossível (Górgias), os sofistas passaram para a história da educação estigmatizados como “traficantes de sabedoria aparente, não, porém, real" (Aristóteles).

“Segundo Jaeger, historiador da filosofia, os sofistas exercem influência muito forte, vinculando-se à tradição educativa dos poetas Homero e Hesíodo. Os sofistas deram importante contribuição para a sistematização do ensino. Formaram um currículo de estudos: gramática (da qual foram os iniciadores), retórica e dialética; por influência dos pitagóricos, desenvolveram a aritmética, a geometria, a astronomia e a música[20]”.  

“Sofistas. Filósofos gregos que, durante os séculos V e IV A.C. levaram o pensamento helênico à sua primeira grande crise: baseados no sensacionalismo, procuravam demonstrar o absoluto relativismo do conhecimento e da verdade, mediante o emprego de argumentos posteriormente denominados sofismas; os maiores sofistas forma Protágoras, Górgias e Crítias”[21].

“Os sofistas (literalmente, “sábios”) são todos estrangeiros. Excluídos assim da condição de cidadãos, não se interessam diretamente pelos destinos da cidade. Assim, não se preocupam com o que uma argumentação pode ter de justo ou injusto, moral ou imoral – isto é assunto dos cidadãos. Basta-lhes que seus discípulos aprendam a falar – não importa o que, mas bem, de modo convincente –  e que os remunerem pelo ensino”[22].

“... preocupou-se a filosofia grega, desde seus primórdios, com demonstrar a realidade de tais preceitos [justos] inatos em todos os indivíduos. É de ver-se, no entanto, a descrença dos sofistas relativamente a estes postulados eternos e imutáveis da justiça. Entendiam eles todas as normas jurídicas terem sua gênese em motivações de oportunidade e conveniência ditadas, antes de tudo, pela vontade política. Acerbamente criticaram as leis e mostraram-se céticos do direito”[23].

“Embora o homem muitas vezes tivesse posto em dúvida a validez do seu conhecimento, foi entre os gregos, no Ocidente, que propriamente se colocou o problema do saber humano, quando, no período já de decadência daquele povo, os sofistas (palavra vinda de sophos, em grego, sábio) puseram-se a discutir sobre tudo, tomando diversas posições, e inclusive sobre a validez das nossas cognições, sobre as quais puseram dúvidas”[24].

“A atuação dos sofistas representou drástica renovação da cultura e da educação helênicas. Essa influência, embora em declínio, perdurou até o século IV a.C. Um movimento de escritores gregos, a escola da Segunda Sofística, teve lugar no século II a.C., mas não se caracterizou pela profundidade ou originalidade de pensamento, e sim pela nostalgia. O aparecimento dos sofistas foi resultado de profunda crise do mundo grego, motivada por circunstâncias internas e externas. Ao se aprofundarem os conhecimentos sobre as civilizações orientais, surgiram novos horizontes e incentivou-se o intercâmbio cultural. Internamente, os regimes aristocráticos desmoronavam por toda a Grécia e cediam lugar à democracia, a qual exigia do cidadão que se manifestasse em praça pública e que estivesse apto a convencer seus pares do ponto de vista que defendesse”[25].

A paidéia proposta pelos sofistas era um desafio para a Filosofia. 
Desde Homero a virtude da justiça, da fortaleza (ou coragem), da prudência e da temperança era matéria viva para a formação do Homem Ideal. A partir de Parmênides a paidéia foi pensada em termos ontológicos, do Ser. O não-Ser seria a negação da aretê e quando surgiu Górgias, a balança pendeu para o não-ser e toda a discussão ontológica flutuou para o âmbito mesológico eudemônico (meios para alcançar a felicidade). Caminhando um pouco mais no entorno da palavra “sofística” descobriremos que dela se derivou o termo "sofisticado"

sofisticado = adj (part de sofisticar) 1 Falsificado, adulterado. 2 Que tem sutileza ou sutilidade sofística. 3 neol Que perdeu caráter ou simplicidade naturais; caviloso, pedante. 4 Que é exigente; que é difícil de contentar; afetado, excêntrico. 5 De alto nível, diferente, único,extraordinário[26].

É exatamente isto que o modelo sofista educacional propôs: Sofisticação Pedagógica! 

Diga-se, todavia, tudo e muito mais contra os sofistas, menos que eram inautênticos. Em meio à sociedade vaidosa dos atenienses, cujos cidadãos se vangloriavam de sua hipócrita democracia, os sofistas (estrangeiros e itinerantes) se puseram à serviço da educação liberal. 
Assumiram sim, uma postura demitizante, ao ponto de serem acusados de ateísmo;
Cobravam sim, por seus serviços pedagógicos prestados aos oportunistas da pólis;
Relativizavam sim, o conceito da verdade universal, jamais experimentada nem comprovada;
Convenciam sim, por meio da retórica e da eloquência os de menos argúcia filosófica;

Os sofistas rejeitaram a vida inautêntica, de serem mera massa de manobra. Não aceitaram a vida de gado tangido pelo Estado. Escreveram a própria história. Pensaram por si mesmos. Desafiaram aos grandes mestres, inclusive a Sócrates.


3. Paidéia em Sócrates


            Sócrates marcou a reviravolta da educação helênica. Muito embora a sofística dominasse o cenário popular da paideia, tendo inclusive entusiasmado a Sócrates no princípio, o interesse maior da Grécia Clássica girava em torno do Nous de Anaxágoras, o qual “durante trinta anos ensinou filosofia em Atenas e teve por discípulos a Péricles provavelmente, e Sócrates, Temístocles, Tucídides, Demócrito, Empédocles e Eurípedes[27]”. Este Nous seria “o espírito ordenador do mundo, cuja idéia influiu na formação da idéia da Razão, de Sócrates”[28]. Segundo Pessanha, “em Sócrates a razão seria tão mais forte e exigente quanto não teria apenas em si mesmo o motivo de sua autoconfiança[29]”.

            Tomando a Razão como princípio ordenador de todas as coisas, Sócrates enfrentou o relativismo dos sofistas e propôs seu ideal de ética.

Era para êle a Filosofia uma missão sagrada, que deve ser cumprida com risco da própria vida. Éle mesmo foi um exemplo de sua devoção. Com essa atitude, opunha-se aos sofistas, para quem a educação era puramente uma arte, uma função utilitária[30]”.

            A paideia em Sócrates assume um caráter existencial, onde o educador se compromete com os conteúdos de seu ensino à custa da própria vida. Não basta meramente compartilhar conhecimentos, ministrar aulas, defender opiniões, promover debates. É preciso nortear o educando ao caminho da Virtude Absoluta, aquela que supera as contradições do debate dialético para se estabelecer como valor universal. Foi por ter esta compreensão de Sócrates que Kierkgaard o descreveu como “o mais interessado dos homens que viveram, e a sua vida a mais interessante das vidas vividas[31] mas que acabou como “uma vítima sacrificada à  mediocridade,  à injustiça, à hipocrisia![32]

            Sócrates ergueu-se ante todos como ícone da heurística[33], uma figura julgada pelos homens e pela história. Embora confundido “[pela] maioria dos seus contemporâneos [como] um sofista[34]” acabou sublimado pela posteridade como o patrono da Filosofia[35]. E, embora altares se ergam em sua honra, o que poucos assumem - de fato - é a periculosidade da metodologia socrática. José Américo cita uma declaração de Sócrates no Fédon que serve de alerta do perigo:
"... Eis o caminho que segui. Coloco em cada caso um princípio, aquele que julgo o mais sólido, e tudo o que parece estar em consonância com ele — quer se trate de causas ou de qualquer outra coisa — admito como verdadeiro, admitindo como falso o que com ele não concorda[36]"

            É a maiêutica,método obstétrico, como êle mesmo o chamava, que leva[va] a partejar as idéias[37]”. Consistia na intercalação de perguntas indutivas respostas induzidas. Partindo de um assunto qualquer com seus interlocutores, Sócrates conduzia os diálogos apondo questionamentos e cobrando conceituações. Suas réplicas e tréplicas iam além da argumentação silogística, pois nunca concluíam o assunto, pelo contrário, deixava-o em aberto para futuras altercações. E que perigo há no método? O desenrolar da história de Sócrates no mostrará. Analisemos a construção filosófica da tragédia socrática segundo Kierkgaard:

Tomemos Sócrates como exemplo. É um herói trágico intelectual. A condenação à morte é-lhe anunciada. Nesse instante, morre; porque se não compreendemos que é necessária toda a força do espírito para morrer e que o herói trágico morre sempre antes de morrer, não se irá muito longe na concepção da vida. O repouso em si é solicitado a Sócrates como herói; mas, como herói trágico intelectual, ainda lhe é exigido que, no último momento, tenha a força de alma de se realizar por si próprio. Não pode, portanto, como o herói vulgar, recolher-se, permanecendo frente à morte, mas deve efetuar esse movimento com tanta rapidez que, no mesmo instante, se encontre com a consciência para além dessa luta e se afirme ele mesmo. Se, por acaso, Sócrates se tivesse calado nessa crise de morte, haveria atenuado o efeito da sua vida; faria suspeitar que a elasticidade da ironia não era nele uma força do universo mas um jogo a cuja flexibilidade lhe era mister recorrer no instante decisivo, na medida inversa para se manter pateticamente à sua própria altura”[38].

            A periculosidade do método está em sua conseqüência final. Quem ficar exposto à maiêutica será confrontado tanto em seu modus quanto em seu locus vivendi. Verá ameaçado seu status quo e será levado ao universo dialético,

portanto, trabalhando entre trevas e luz, entre opiniões boas e más, sopesando valores, opiniões, não pod[endo] ter melhor concretização que na discussão, no discorrer, no correr daqui para ali, destas ideias para aquelas, portanto no diálogo, em que as partes colocadas em posições diferentes, em pontos opostos, enfrenta[m] as opiniões diversas para, através delas (diá), esclarecer[39]”.  

            Sócrates pagou por sua metodologia pedagógica. Encareceu a maiêutica, valorizou a dialética e esvaziou o sofismo. Ao se decidir pela cicuta sublimou o ideal pedagógico recusando o maior preço oferecido: a própria vida! Não há maior contraste entre Filosofia e sofística do que este: O Filósofo paga, o sofista vende. O Filósofo morre, o sofista foge. O Filósofo ironiza, o sofista disfarça. Quando Sócrates encara a aristocracia ateniense, não o faz temerariamente, o faz com galhardia, e propõe seu maior paradoxo: “Se, pois, cumpre que sentenciem com justiça e em proporção ao mérito, eu proponho o sustento no Pritaneu[40]” . 
           

            Não há como encarnar o ideal socrático sem enfrentar o perigo de morte inerente a ele. Não há educação – de fato – sem o confronto aberto às idéias frouxas do senso comum. Não há verdade axiológica sem esmerilhar o verniz barato da sofística. Ah, a sofística! Que golpe sofreu com o surgimento de Sócrates! Como ficou murcha no encontro com a Filosofia. Perdeu a voz, tornou-se eco. Perdeu a luz, ficou na sombra. Perdeu o preço, passou a mendigar.

A paidéia de Sócrates exige postura socrática e enfrentamento de críticas e críticos. Exige revisão existencial sem retratamentos fúteis ou negociações pela vida. É o Ser pelo Ser, o Dever pelo Dever e o Saber pelo Saber. É tornar interessante ato cognitivo, ainda que a duras penas e sofrimento doloroso. É chamar a si a responsabilidade de conduzir outros pelo caminho da Verdade e do Bem. É propor-se ao juízo inglório do elitismo acadêmico, político ou econômico. É ostentar ante os algozes a altivez da Causa, sem temer sequer a morte. Por fim, e por enquanto, é tornar-se o que já somos, conhecendo a nós mesmos...

"Não foi por falta de discursos que fui condenado, mas por falta de           audácia e             porque não quis que ouvísseis o que para vós teria sido      mais agradável,          Sócrates lamentando-se, gemendo, fazendo e dizendo uma porção de coisas           que considero indignas de mim,    coisas que estais habituados a escutar de      outros acusados"
                                                                                                                                        Sócrates

Conclusão


            Educar os homens para a virtude tem se mostrado tarefa critica, a começar pelo dimensionamento do termo. Seria a virtude algo inato ou adquirido? Pode ser ensinada ou meramente desenvolvida? Os gregos enfrentaram este dilema e provaram por meio da paideia que tanto há virtudes naturais quanto artificiais, que podem tanto ser transmitidas quanto desenvolvidas. O difícil da tarefa pedagógica é estabelecer como absoluto aquilo que é relativo e universal aquilo que é local. Ainda que os primeiros pensadores quisessem dogmatizar um sistema único de ensino, tiveram que enfrentar os problemas epistemológicos que a matéria propunha. Não conseguindo dar respostas únicas, viram-se no embate relativista dos professores de aluguel. A crise sofistica de então ofereceu um modelo educacional que até nossos dias predomina. Professores pagos, virtuosos ou não, vocacionados ou técnicos se tornaram regra padrão em todas as instituições de ensino do ocidente. É inclusive espantoso que estudantes de filosofia teçam mil elogios aos sofistas, assim como estes:

Na verdade, além do sofismo não ser uma causa única para um problema de educação atual, ele contribuiu (e muito) tanto para a educação da época grega, incutindo no cidadão a idéia de que ele poderia, deveria e teria o direito de ser participativo num processo democrático, na elaboração de leis que regem a vida e os destinos da cidade, como também na nossa educação atual, perpetuando a idéia de que o fundamental no ensino é dotar o aluno/cidadão de meios para se defender de todos os conflitos de pensamentos e ações que a vida pública ou pessoal possa provocar, de acordo com a conveniência e circunstância, através de seu próprio diálogo expondo as suas opiniões pessoais” (William).

Portanto há a necessidade de considerar-se o contexto histórico da época, e naquela época o movimento sofista foi necessário, a democratização do conhecimento era urgente e assim foi realizado. Seu desenvolvimento em forma de saber especializado deu origem à forma de ensino o qual presenciamos na atualidade, que desvincula o ser do todo, tornando-o um especialista para o mercado de trabalho, conforme citei em fóruns anteriores” (Marcos Franciscato)

“...tudo é uma questão de interesse. Qualquer pessoa defende os seus respectivos interesses e os filósofos não são diferentes. O que não se pode aceitar é afirmativa, genérica, de que os sofistas são os malvados da humanidade. Para a época, o pensamento dos sofistas era extremamente avançado. Lógico, que muitas posições filosóficas de alguns sofistas hoje devem estar superadas em razão do desenvolvimento do pensamento filosófico. No entanto, é preciso reconhecer a importância dos sofistas” (Carlos Henrique).

“...os sofistas preocupavam-se em preparar o homem para viver em sociedade. As exigências do cenário social e político pediam homens com a capacidade de argumentar questionar, o poder de persuasão era é continua sendo um mecanismo muito importante na tomada de decisões. O que tornava um homem grego um cidadão além dos fatos históricos conhecidos por todos, era a participação nas deliberações políticas” (Calebe).

A liberdade de pensamento, criado pelo ceticismo dos sofistas, desenvolve a sua atividade de criar e recriar novas crenças e novas regras. A retórica era a técnica de pensamento pela palavra, de tanto pôr em causa e derrubar o estabelecido, como também de erguer novas idéias e novos valores. No entanto, se mantinham sempre sujeitos à crítica. Entro em defesa dos sofistas quanto propagadores do discurso e dos ensinamentos diversos. As contribuições que tiveram para época se estendem até os dias de hoje, e isso é inegável” (Elba) .

Apesar de os Sofistas serem acusados de "prostituir o conhecimento ao ensinar a qualquer um em troca de dinheiro", eles são reconhecidos como sendo os responsáveis pelo processo de democratização da Grécia, devido aos seus conceitos de relativismo e subjetivismo” (Gilmar). 

De fato, muito mais que falaciosos, inimigos da verdade, charlatães ou fanáticos como dizia Henry Sidgwick, e tantos outros termos que pejorativamente foram classificados, os sofistas estabeleceram as bases de uma educação popular que tem como protagonista o sujeito cognoscente. E essas bases podem ser válidas inclusive no contexto hodierno. A partir desse prisma, é necessário, portanto, que reconheçamos os sofistas tal que dizia Reale, "eram verdadeiros especialistas no saber" (Ademildo).

“...os sofistas foram os primeiros a aperceberem-se de que o sistema educativo da altura era insuficiente na preparação dos jovens, pelo que se proclamaram professores, indo pelo mundo fora em busca de pupilos” (Inês).

            Creio que parte da admiração que estão devotando aos sofistas advenha da leitura primeira. Com o decorrer do curso, e nosso amadurecimento epistemológico, iremos ter melhores oportunidades para conhecermos a pequenez da sofística ante a grandeza da Filosofia Socrática, isto é, se corrermos o perigo proposto, como disse Frei Francisco: Quase todos os filósofos receberam em prêmio o ostracismo ou a morte![41]

Quero tomar a figura de Sócrates em sentido em sentido existencial:

1º Seu nome (Sócrates) é insigne entre os demais, isto denota que o Homem Virtuoso desnivela-se em relação a seus pares. A via média das sociedades tende a rotular todos os homens em torno da utopia da igualdade, como se a existência fosse mero cumprimento de agendas e roteiros previsíveis e determinados para todos. Isto é até verdade para uma gama considerável de gente, mas não para o Homem Virtuoso. Ser virtuoso é ser mais, é ser único, é desnivelar;

2º Seu adjetivo (Filósofo) é demilitador, isto denota posicionamento ante a sociedade em questão. Ele mergulha seus contemporâneos no estilo de vida que defende para si. Se contesta com seus debates o desvario existencial da ganância, da hipocrisia e demais vícios, também oferece a sublimação existencial por meio do mergulho na vida ética e autêntica das demais virtudes.

3º Seu discurso (gratuito) é altissonante. Isto denota que o homem virtuoso não vende idéias – defende causas. A venialidade não faz parte de sua biografia e qualquer que procurá-lo nos palácios, sentado á mesa do rei, se decepcionará. O preço que paga por seu ideal é a inospitalidade da prisão e somente os que buscam a alteridade vão a ele para apreender a Virtude. 

4º Sua dialética é imperativa (conhece-te a ti mesmo). Não há divagações sobre improbabilidades ou impossibilidades, pois o que diz é diretivo e conduz de forma iluminante. Ninguém se faz auditório dele manquitolando entre opiniões várias, pelo contrário, busca a ciência.

5º Sua finalidade é altaneira (ser virtuoso). O Homem Virtuoso não aspira somente o que se enxerga na horizontal, ao alcance dos olhos. É alguém voltado para a excelência, a sublimação, a superação das montanhas mortas. Quer emancipar a colônia à monarquia, o mortal ao eterno, o terreno ao etéreo, o finito ao imensurável, o cotidiano ao imprevisível. Se é para ser algo, que seja perfeito! Fora com a pilhéria, a decadência, a banalidade, o não-ser;

6º Seu surgimento é antológico (anunciado). O Homem Virtuoso é uma aspiração dos Grandes da Humanidade. Nele se realizam as utopias dos poetas e dos sábios, dos reis e dos imperadores, dos legisladores e dos juristas, dos filósofos e dos Filósofos. Ele é a superação das idiossincrasias e das paranóias; é a realização dos sonhos e das fábulas;

7º Ele é sempre Voz, nunca eco. O Homem Virtuoso está longe de re-citar autores e autoridades, pois fala em nome de si, responde por si e autografa por si. Ainda que preste jus a quem de direito, não faz emanar de fonte alheia o crédito de suas palavras.
8º É voz altissonante (educa). O que pensa o Homem Virtuoso torna-se matéria de capa. Longe dele está a covardia dos esconderijos. Se autografa o que redige é para que todos saibam o que defende. Se ataca o que reprova o faz em campo aberto (assembléia), com o dedo em riste e o peito insuflado. Grita a plenos pulmões a quem tiver tímpanos sadios; 

9º É assenhoreado pela Virtude. Este homem impagável, dialético, altaneiro, antológico, original e altissonante é também escravo de si. Não cede espaço para a indolência, a apatia, o ócio ou demais vícios pragmáticos. Ele se gasta e se deixa gastar pela Causa. Sofre por ela, acredita nela, é sua esperança e por ela, tudo suporta, seja a prisão, seja a morte.
10º É dono de seus apetites. O Homem Virtuoso está no controle de seus desejos e paixões. É regrado em suas necessidades e comedido em seu consumo. Se possuir pode abrir mão do uso. Quando usa não ambiciona a posse. Se receber pode repartir. Se perder não contabiliza a falta. Simplesmente, é sujeito no mundo, não objeto.
Tenho sustentado neste trabalho que existe paidéia sofistica e paideia Filosófica.
Uma é realista. A outra é socrática. 
Uma que se contenta em ser eco e outra que é Voz;
Uma que nivela e outra que Eleva;
Uma é agenda, a outra - Livro;
Uma conforma, a outra Confronta;
Uma negocia, a outra Martiriza;
Uma duvida, a outra Legisla;
Uma banaliza, a outra Sublima;
Uma ufana, a outra Idealiza;
Uma recita, a outra Autografa;
Uma acovarda, a outra Encoraja;
Uma é utilitária e a outra Exigente;
Uma é antropológica, a outra - Ontológica.
Ao longo de nossos debates me posicionei firmemente pelo Idealismo do Sócrates de Platão. Estes dois homens se tornaram divisores de águas no que diz respeito à Piadéia. Antes deles imperava a busca pela sabedoria. Após, reina o amor à sabedoria.  Antes deles existia a Poesia e a Retórica. Após, nasce a Filosofia. Sem eles, a agenda da humanidade seguiria a triste rotina do relativismo, do subjetivismo, do ceticismo, da indiferença moral e religiosa, do convencionalismo jurídico, do oportunismo político, do utilitarismo, da frivolidade intelectual, da venalidade e do antropocentrismo.  Com eles, o Absoluto foi pensado, a Verdade se tornou objetiva, o limite das aparências foi transposto, o Bem, a Justiça e a Beleza continuaram sendo virtudes contrastando com o mal, o engano e a decadência.
Quanto aos demais homens, continuam na caverna, repetindo frases prontas, encalacrados em seus temores, duvidando de tudo e todos, confusos quanto ao certo e ao errado, ridicularizando o Ideal, o Perfeito, o Absoluto, o Completo e o Imutável. 
Não servem como ideal de vida, para ninguém, em tempo ou lugar algum, pois cedem pelo menor preço e aceitam a primeira oferta. O mundo deles é medíocre, cheio de tristezas e decepções.  Tudo é leve, solto e permitido. Nada pesa, nada prende, nada é proibido.

Bibliografia


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Referências Virtuais

·         http://encfil.goldeye.info/
·         http://michaelis.uol.com.br


[1] ARALDI, Claudemir Luís. A Crise na Educação e a Tarefa do Ensino de Filosofia in Filosofia e Ensino, A Filosofia na Escola, Rio Grande do Sul, Ed. Ijuí, 2005, p.37
[2] O vocábulo didática deriva da expressão grega techné didaktiké, que se traduz por arte ou técnica de ensinar. Enquanto adjetivo derivado de um verbo, o vocábulo referido origina-se do termo didásko cuja formação lingüística – note-se a presença do grupo sk dos verbos incoativos – indica a característica de realização lenta através do tempo, própria do processo de instruir. (LEITE, Vicente de, Didática. Ed. Ibetel, São Paulo)
[3] GUÉNON, René. A Crise do Mundo Moderno, São Paulo, Ed. Martins, 1948 
[4] LEITE, Vicente de, História da Educação. São Paulo, Ed. Ibetel)
[5] SALVADOR, Pe. Joaquim. Introdução aos Livros Sapienciais in Os Livros Sapienciais. São Paulo, Ed. Abril Cultural.
[6] Os nomes citados foram consultados no livro Convite à Filosofia e à História da Filosofia de Mário Ferreira dos Santtos, editora Logos, 6ª ed.
[7] SANTOS, Mário Ferreira dos, Curso de Oratória e Retórica., São Paulo, Ed. Logos, 1962, 6ª ed.
[8] Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Paideia, ultimo acesso em 13/04/11, às 21:48 h
[9] SOUZA, José Cavalcante, Os Pré-Socráticos – Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural, 1999  p.9
[10] PESSANHA, José Américo Motta, Sócrates, Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural, 1999 p. 115
[12] PESSANHA, José Américo Motta, Sócrates, Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural , 1999 p. 28
* Entenda-se aqui Justiça como uma das virtudes proposta pela paideia.
[13] NETTO, Pedro Salvetti, Curso de Teoria do Estado, São Paulo, Ed. Saraiva,  1984. 6ª ed. p.175
[14]SANTOS, Mário Ferreira dos, Convite à Filosofia e à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Logos. p.60
[15]SANTOS, Mário Ferreira dos, Convite à Filosofia e à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Logos p.101 
[16] Um aedo (em grego clássico ἀοιδός / aoidos, do verbo ᾄδω / aidô, "cantar") era, na Grécia antiga, um artista que cantava as epopeias acompanhando-se de um instrumento de música, o forminx (Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Aedo. Último acesso em 14/04/11, 23h28min h
[17]SOUZA, José Cavalcante, Os Pré-Socráticos – Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural,  1999  p.13
[18]PESSANHA, José Américo Motta, Sócrates, Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural ,. 1999 p. 11
[19] KOCH, Dorvalino, Fundamento Secular-Cristão do Desenvolvimento. Petrópolis – RJ, ed. Vozes, 1971, p.15
[20] ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Filosofando, Introdução à Filosofia, 2ª ed., São Paulo, Ed. Moderna, 1993,  p.142   
[21] In: Enciclopédia Barsa. Rio de Janeiro, São Paulo: 1969. Editora Britânica, p. 467, Vol. 15.
[22] ABRÃO, Bernadete Siqueira. História da Filosofia. Ed. Nova Cultural. São Paulo. 1999
[23] NETTO, Pedro Salvetti. Curso de Teoria do Estado. Ed. Saraiva, São Paulo. 1984
[24] SANTOS, Mário Ferreira. Convite à Filosofia e à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Logos
[25] In; Enciclopédia de Filosofia (internet). Disponível em: http://encfil.goldeye.info/       
[26]Disponível em http://michaelis.uol.com.br/moderno/portugues/index.php?lingua=portugues-portugues&palavra=sofisticado
[27]SANTOS, Mário Ferreira. Convite à Filosofia e à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Logos. p.122
[28]Idem
[29]PESSANHA, José Américo Motta, Sócrates, Vida e Obra. São Paulo, Ed. Nova Cultural ,. 1999.
[30]SANTOS, Mário Ferreira. Convite à Filosofia e à História da Filosofia, São Paulo, Ed. Logos, p.131     
[31]KIERKGAARD, Sören Aabye. Temor e Tremor in Os Pensadores. Ed. Abril Cultural. 1979
[32]ALVERNE, Frei Francisco de Monte. Antologia de Famosos Discursos Brasileiros, São Paulo, Ed. Edigraf,

[33]Método de ensino que consiste em que o educando chegue à verdade por seus próprios meios. (Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. Disponível em <http://michaelis.uol.com.br>)

[34]SANTOS, Mario Ferreira. Convite à Filosofia e à História da Filosofia. Ed. Logos. 5ª edição.
[35]CHAUI, Marilena. Convite à Filosofia. Ed. Ática. São Paulo. 2000 – p.9
[36]PESSANHA, José Américo Motta. Diálogos / Platão in Os Pensadores. Ed. Nova Cultural. 1991
[37] SANTOS, Mario Ferreira. Op.cit.
[38] KIERKGAARD, Sören Aabye. Op. Cit.
[39] SANTOS, Mário Ferreira dos. Métodos Lógicos e Dialéticos Vol. I. Ed. Logos. 3ª edição
[40] Defesa de Sócrates in Os Pensadores. Ed. Nova Cultural. São Paulo. 1987
[41] Frei Francisco de Monte Alverne in Antologia de Famosos Discursos Brasileiros

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