A Igreja é una, santa, universal e apostólica; uma comunidade espiritual, mística, socialmente organizada e fundada por Deus através de Cristo. Os que a ela pertencem confessam haver um só batismo, esperam a ressurreição dos mortos e a vida eternal no mundo vindouro. Formam um só corpo – homens e mulheres que externamente constituem uma verdadeira comunidade social e histórica, salvos e santificados por Deus para conhecê-lo e santamente servi-lo; pessoas humanas que renovam sua espiritualidade cada vez que se reúnem em nome de Cristo, seja para ministrarem o culto, seja para deliberarem sua administração;
1º.
Cabe ao administrador eclesiástico dominar a matéria em pauta, tendo em mente que sua liderança deve
preservar a Unidade da Igreja. Daí,
ser preciso conceituar Igreja, Denominação e Ministério.
a.
Igreja é o
Corpo de Cristo, constituído pela totalidade dos cristãos no mundo inteiro,
indiferente da profissão eclesiástica.
b.
Denominação é
uma parte do Corpo de Cristo constituído por minorias cristãs embandeiradas sob
uma identificação eclesiástica, conforme a visão do fundador.
c.
Ministério é
uma ramificação pessoal de um líder cristão, cujo fim remonta-se á visão do
ministro-mor.
Segue-se que o
administrador eclesiástico deverá desenvolver filtros eclesiológicos para não “rachar” a comunhão cristã devido a um
*preconceito sectarista. Todo administrador eclesiástico deve desenvolver a
visão de Corpo Inteiro, além da concepção de membro isolado.
2º.
Cabe ao administrador eclesiástico adestrar sua liderança pelo ideal
da santidade, que significa manter a Igreja distinta da sociedade mundana.
Ainda que o serviço cristão seja intra-mundano ele se mantém acima da corrupção
terrena. Os apelos da politicagem e da propaganda secularista não podem
concorrer com o trabalho de amor e piedade que os santos desenvolvem na
sociedade.
3º.
Cabe ao administrador eclesiástico expandir a universalidade da Igreja, significando isto que, muito
ao contrário de fechar as portas do diálogo, deve ele abrir-se para o contato
com todos os homens, mesmo com os contrários ao Evangelho. Somente pela
abertura ao diálogo poderá o cristianismo romper com os dogmas religiosos
impostos por lideranças sectaristas. O fechamento dentro de si não converterá o
mundo para Cristo.
4º.
Cabe ao administrador eclesiástico sustentar o trabalho missionário. Ele enviará ganhadores de almas
ao campo e garantirá o suprimento aos voluntários da causa. Por palavras e
obras mobilizará contingente e recursos para manter esta obra viva.
5º.
Cabe ao administrador eclesiástico conduzir a espiritualidade cristã “em bloco”, ou seja,
comunitariamente. Todo cuidado pastoral deve evitar privilégios para grupos
localizados ou membros carismáticos, o que deterioraria as relações fraternais.
É em comunidade que o Espírito Santo fenomenaliza a Palavra, o Canto e a Prece.
6º.
Cabe ao
administrador eclesiástico preservar
o caráter místico da Igreja, cuidando para que o estudo sistemático das
doutrinas cristãs, o conhecimento filosófico e teológico não descambe para o
cientificismo frio e a ortodoxia morta. O Corpo deve manter-se vivo e
respirando a atmosfera do adorado Espírito Santo.
7º.
Cabe ao administrador eclesiástico manter a organização da Igreja conforme os modelos deixados por
Cristo em o Novo
Testamento. Esta organização regula as relações entre as
ordens ministeriais, a membresia e a sociedade em volta. Nunca pode o
administrador eclesiástico descuidar-se das relações públicas, deixando que
Satanás prevaleça com o ódio em lugar da concórdia.
8º.
Cabe ao administrador eclesiástico batizar regularmente todos os convertidos à fé cristã, seguindo a
fórmula ensinada no Evangelho, que dita: “Em nome do Pai, e do Filho e do
Espírito Santo”. Este batismo é válido ad
infinitum e não precisa ser renovado, uma vez efetuado com o consentimento
e ciência do batizando.
9º.
Cabe ao administrador eclesiástico perpetrar o ensino sobre a ressurreição dos mortos e a vida eterna.
Eles são emblemas de nossa pregação no mundo todo desde a revelação de Jesus
Cristo e precisam ser artigo de fé em todos os corações cristãos. A vinda de
Cristo em sua glória deve ser lema de todo administrador eclesiástico.
10º.
Cabe ao administrador eclesiástico integrar homens e mulheres com a sociedade civil, estimulando a vocação
de cada um com vistas ao desenvolvimento pleno da história humana, significando
isto o envolvimento pessoal da cristandade com as estruturas do Estado e da
Igreja.
11º.
Cabe ao administrador eclesiástico embasar o conhecimento teológico dentro das premissas de santidade
e serviço, mantendo a dicotomia da vida que é: “saber e fazer”. Ainda que o conhecimento de Deus seja de caráter
contemplativo, para a Igreja é máxime que a ciência sirva à causa cristã.
12º.
Cabe ao administrador eclesiástico reunir a cristandade “em nome de Cristo”, em qualquer lugar que
houver dois ou mais irmãos, concitando-os à espiritualidade e renovação da
comunhão.
13º.
Cabe ao administrador eclesiástico ministrar o culto ao Senhor, respeitando as liberdades individuais
e estimulando as vocações corporativas. Por culto deve-se entender todo e
qualquer serviço cristão em honra a Cristo. O culto pode ter um caráter:
a.
Ritualista,
seguindo as liturgias previamente estabelecidas;
b.
Devocional, seguindo os impulsos voluntários da alma e
do Espírito Santo;
c.
Educacional, seguindo as metodologias de ensino e/ou
discipulado;
d.
Beneficente, seguindo as necessidades dos santos e/ou
pecadores;
14º.
Cabe ao administrador eclesiástico administrar a Casa de Deus, seguindo os princípios reguladores da
comunhão cristã expressos em o Novo Testamento , pautando a conduta do povo de
Deus no ensino dos Apóstolos e Profetas do Senhor, os quais deitaram suas vidas
no combate desta fé. Para auxílio ao administrador eclesiástico, a Igreja deve
munir-se de cinco livros:
a.
A Bíblia, a
Palavra de Deus no Antigo e Novo Testamento. Escrita por homens preparados e
supervisionados pelo Espírito Santo. Possui autoridade divina infalível em
todos os assuntos que abordam. Deve ser aceita como instrução divina em tudo o
que afirma. Obedecida, como penhor divino, em tudo o que promete. Tendo sido
verbal e totalmente dada por Deus, a Bíblia não apresenta erro ou falha em nada
que ensina, quer naquilo que afirma a respeito dos atos de Deus na criação e
nos acontecimentos da história mundial, quer na própria origem literária sob a
direção de Deus, quer ainda no testemunho que dá sobre a graça salvadora de
Deus na vida das pessoas;
b.
O Estatuto
Social, documento que registra a existência da Igreja ante o Estado. Ele
deverá conter os seguintes capítulos:
CAPÍTULO I -
DENOMINAÇÃO, NATUREZA, SEDE E FINS
CAPÍTULO II -
DOS MEMBROS DA IGREJA, ADMISSÃO, TRANSFERÊNCIA E DESLIGAMENTO
CAPITULO III - DOS DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS
CAPÍTULO
IV - DA ASSEMBLÉIA GERAL
CAPÍTULO V - DA
DIRETORIA
CAPÍTULO VI - DO
CONSELHO FISCAL
CAPÍTULO VII - DOS MINISTÉRIOS
CAPÍTULO VIII – DO
PATRIMÔNIO E DA RECEITA
CAPÍTULO IX - DAS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS
CAPÍTULO X - DAS
DISPOSIÇÕES GERAIS
c.
O Livro Ata,
constando data de fundação da Igreja e membros fundadores, Neste livro será
registrado o histórico da Igreja, conforme deliberações em assembléias gerais
ordinárias e extra-ordinárias.
d.
O Livro Caixa,
constando de entradas e saídas financeiras da Igreja. Nele deve ser registrado
toda movimentação econômica, sem exceções nem abertura para “caixa dois’”.
15º.
Por fim, cabe ao administrador eclesiástico pastorear o
rebanho de Cristo, sabendo que é seu dever aperfeiçoar a conduta cristã com
vistas ao modelamento de uma Igreja onde:
a.
a liberdade de consciência criará uma nação cristã
robusta;
b.
a verdade não será mascarada para servir ao interesse
dos covardes;
c.
a vontade popular, disciplinada pelo Evangelho, será um
testemunho contra os impulsos idolátricos;
d.
a justiça será acatada e elevada;
e.
a administração pastoral embasará sua legitimidade na
cultura da inteligência espiritual, diplomacia pluriconfessional e
desenvolvimento valorativo das faculdades humanas;
f.
a liberalidade orçamentária constituirá o mais
reprodutivo emprego da riqueza eclesiástica;
Rogério de Sousa
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