terça-feira, 10 de abril de 2012

Palestras de Administração Eclesiástica



A Igreja é una, santa, universal e apostólica; uma comunidade espiritual, mística, socialmente organizada e fundada por Deus através de Cristo. Os que a ela pertencem confessam haver um só batismo, esperam a ressurreição dos mortos e a vida eternal no mundo vindouro. Formam um só corpo – homens e mulheres que externamente constituem uma verdadeira comunidade social e histórica, salvos e santificados por Deus para conhecê-lo e santamente servi-lo; pessoas humanas que renovam sua espiritualidade cada vez que se reúnem em nome de Cristo, seja para ministrarem o culto, seja para deliberarem sua administração;

1º.    Cabe ao administrador eclesiástico dominar a matéria em pauta, tendo em mente que sua liderança deve preservar a Unidade da Igreja. Daí, ser preciso conceituar Igreja, Denominação e Ministério.
a.       Igreja é o Corpo de Cristo, constituído pela totalidade dos cristãos no mundo inteiro, indiferente da profissão eclesiástica.
b.      Denominação é uma parte do Corpo de Cristo constituído por minorias cristãs embandeiradas sob uma identificação eclesiástica, conforme a visão do fundador.
c.       Ministério é uma ramificação pessoal de um líder cristão, cujo fim remonta-se á visão do ministro-mor.

Segue-se que o administrador eclesiástico deverá desenvolver filtros eclesiológicos para não “rachar” a comunhão cristã devido a um *preconceito sectarista. Todo administrador eclesiástico deve desenvolver a visão de Corpo Inteiro, além da concepção de membro isolado.

2º.    Cabe ao administrador eclesiástico adestrar sua liderança pelo ideal da santidade, que significa manter a Igreja distinta da sociedade mundana. Ainda que o serviço cristão seja intra-mundano ele se mantém acima da corrupção terrena. Os apelos da politicagem e da propaganda secularista não podem concorrer com o trabalho de amor e piedade que os santos desenvolvem na sociedade.

3º.    Cabe ao administrador eclesiástico expandir a universalidade da Igreja, significando isto que, muito ao contrário de fechar as portas do diálogo, deve ele abrir-se para o contato com todos os homens, mesmo com os contrários ao Evangelho. Somente pela abertura ao diálogo poderá o cristianismo romper com os dogmas religiosos impostos por lideranças sectaristas. O fechamento dentro de si não converterá o mundo para Cristo.

4º.    Cabe ao administrador eclesiástico sustentar o trabalho missionário. Ele enviará ganhadores de almas ao campo e garantirá o suprimento aos voluntários da causa. Por palavras e obras mobilizará contingente e recursos para manter esta obra viva.

5º.    Cabe ao administrador eclesiástico conduzir a espiritualidade cristã “em bloco”, ou seja, comunitariamente. Todo cuidado pastoral deve evitar privilégios para grupos localizados ou membros carismáticos, o que deterioraria as relações fraternais. É em comunidade que o Espírito Santo fenomenaliza a Palavra, o Canto e a Prece.

6º.     Cabe ao administrador eclesiástico preservar o caráter místico da Igreja, cuidando para que o estudo sistemático das doutrinas cristãs, o conhecimento filosófico e teológico não descambe para o cientificismo frio e a ortodoxia morta. O Corpo deve manter-se vivo e respirando a atmosfera do adorado Espírito Santo.

7º.    Cabe ao administrador eclesiástico manter a organização da Igreja conforme os modelos deixados por Cristo em o Novo Testamento. Esta organização regula as relações entre as ordens ministeriais, a membresia e a sociedade em volta. Nunca pode o administrador eclesiástico descuidar-se das relações públicas, deixando que Satanás prevaleça com o ódio em lugar da concórdia.

8º.    Cabe ao administrador eclesiástico batizar regularmente todos os convertidos à fé cristã, seguindo a fórmula ensinada no Evangelho, que dita: “Em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo”. Este batismo é válido ad infinitum e não precisa ser renovado, uma vez efetuado com o consentimento e ciência do batizando.

9º.    Cabe ao administrador eclesiástico perpetrar o ensino sobre a ressurreição dos mortos e a vida eterna. Eles são emblemas de nossa pregação no mundo todo desde a revelação de Jesus Cristo e precisam ser artigo de fé em todos os corações cristãos. A vinda de Cristo em sua glória deve ser lema de todo administrador eclesiástico.

10º.           Cabe ao administrador eclesiástico integrar homens e mulheres com a sociedade civil, estimulando a vocação de cada um com vistas ao desenvolvimento pleno da história humana, significando isto o envolvimento pessoal da cristandade com as estruturas do Estado e da Igreja.

11º.           Cabe ao administrador eclesiástico embasar o conhecimento teológico dentro das premissas de santidade e serviço, mantendo a dicotomia da vida que é: “saber e fazer”. Ainda que o conhecimento de Deus seja de caráter contemplativo, para a Igreja é máxime que a ciência sirva à causa cristã.

12º.           Cabe ao administrador eclesiástico reunir a cristandade “em nome de Cristo”, em qualquer lugar que houver dois ou mais irmãos, concitando-os à espiritualidade e renovação da comunhão.

13º.           Cabe ao administrador eclesiástico ministrar o culto ao Senhor, respeitando as liberdades individuais e estimulando as vocações corporativas. Por culto deve-se entender todo e qualquer serviço cristão em honra a Cristo. O culto pode ter um caráter:
a.        Ritualista, seguindo as liturgias previamente estabelecidas;
b.      Devocional, seguindo os impulsos voluntários da alma e do Espírito Santo;
c.       Educacional, seguindo as metodologias de ensino e/ou discipulado;
d.      Beneficente, seguindo as necessidades dos santos e/ou pecadores;

14º.           Cabe ao administrador eclesiástico administrar a Casa de Deus, seguindo os princípios reguladores da comunhão cristã expressos em o Novo Testamento, pautando a conduta do povo de Deus no ensino dos Apóstolos e Profetas do Senhor, os quais deitaram suas vidas no combate desta fé. Para auxílio ao administrador eclesiástico, a Igreja deve munir-se de cinco livros:
a.       A Bíblia, a Palavra de Deus no Antigo e Novo Testamento. Escrita por homens preparados e supervisionados pelo Espírito Santo. Possui autoridade divina infalível em todos os assuntos que abordam. Deve ser aceita como instrução divina em tudo o que afirma. Obedecida, como penhor divino, em tudo o que promete. Tendo sido verbal e totalmente dada por Deus, a Bíblia não apresenta erro ou falha em nada que ensina, quer naquilo que afirma a respeito dos atos de Deus na criação e nos acontecimentos da história mundial, quer na própria origem literária sob a direção de Deus, quer ainda no testemunho que dá sobre a graça salvadora de Deus na vida das pessoas;













b.      O Estatuto Social, documento que registra a existência da Igreja ante o Estado. Ele deverá conter os seguintes capítulos:
CAPÍTULO I     -  DENOMINAÇÃO, NATUREZA, SEDE E FINS
CAPÍTULO II     -   DOS MEMBROS DA IGREJA, ADMISSÃO, TRANSFERÊNCIA E DESLIGAMENTO
CAPITULO III    -   DOS DIREITOS E DEVERES DOS MEMBROS
CAPÍTULO IV   - DA ASSEMBLÉIA GERAL
CAPÍTULO V    -  DA DIRETORIA
CAPÍTULO VI   -  DO CONSELHO FISCAL
CAPÍTULO VII  - DOS MINISTÉRIOS
CAPÍTULO VIII – DO PATRIMÔNIO E DA RECEITA
CAPÍTULO IX   - DAS DIVERGÊNCIAS DOUTRINÁRIAS
CAPÍTULO X     - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

c.       O Livro Ata, constando data de fundação da Igreja e membros fundadores, Neste livro será registrado o histórico da Igreja, conforme deliberações em assembléias gerais ordinárias e extra-ordinárias.

d.      O Livro Caixa, constando de entradas e saídas financeiras da Igreja. Nele deve ser registrado toda movimentação econômica, sem exceções nem abertura para “caixa dois’”.

15º.           Por fim, cabe ao administrador eclesiástico pastorear o rebanho de Cristo, sabendo que é seu dever aperfeiçoar a conduta cristã com vistas ao modelamento de uma Igreja onde:
a.       a liberdade de consciência criará uma nação cristã robusta;
b.       a verdade não será mascarada para servir ao interesse dos covardes;
c.       a vontade popular, disciplinada pelo Evangelho, será um testemunho contra os impulsos idolátricos;
d.      a justiça será acatada e elevada;
e.       a administração pastoral embasará sua legitimidade na cultura da inteligência espiritual, diplomacia pluriconfessional e desenvolvimento valorativo das faculdades humanas;
f.         a liberalidade orçamentária constituirá o mais reprodutivo emprego da riqueza eclesiástica;

Rogério de Sousa

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